Sempre foi assim.
Olha quanto tempo a humanidade levou para entender as baleias.
Quantas baleias foram assassinadas até quase a extinção!
Chamaram a orca de baleia assassina.
Mas ela só mata para sua própria subsistência, para comer, como nós fazemos com as galinhas, bois, porcos, tartarugas, coelhos etc.
Hoje a famosa baleia assassina é excelente auxiliar terapeuta para crianças autistas, conseguindo curas incríveis jamais alcançadas anteriormente por qualquer psicoterapeuta.
Quando um tubarão ataca um surfista, que está fazendo, no entender dos tubarões, o ritual terminal da morte, "debatendo-se" na superfície da água como o fazem os peixes moribundos, sai em todos os jornais do mundo.
Mas... os tubarões só dão a primeira mordida, a carne humana é muito ruim.
Esta é a razão de tantos sobreviventes a ataque de tubarões.
Para cada surfista atacado, o humano assassina perto de quinhentos mil tubarões, só para usar sua cartilagem e vender, como remédio, porque dá lucro.
Nós tememos,... nós matamos.
- É cobra?
Mata por via das dúvidas, não interessa se é venenosa ou não.
Mesmo as cobras venenosas, só atacam para se defender ou para defender seu rango. O "veneno" das cobras é igual ao nosso suco digestivo, só que, como elas engolem a caça inteira, injetando esse suco para matar e não engolir o bichinho vivo.
Não tem, absolutamente, o sentido de ataque como mostram os filmes de aventura.
Nós, humanos e civilizados, montamos um abatedouro de gado, chegamos ao cúmulo de batizá-lo de "Abatedouro Santa Izabel" e assassinamos os bois na base da porrada. Nós matamos para vender e lucrar com a morte.
Nós, humanos e civilizados temos esportes como a caçada e o tiro ao pombo, só para conferir nossa pontaria e passar horas agradáveis tomando uma cervejinha e assassinando animais.
Antes de ter um Cão
Um cão é um ser vivo e merece o nosso respeito!
Nós humanos já passamos pela fase de escravizar a mulher, depois de escravizar os inimigos e os delinqüentes.
Mais tarde fomos capazes até de comercializar escravos humanos porque não acreditávamos que o negro possuísse alma.
Ainda hoje, usamos o trabalho escravo de animais como o boi de tração, o cavalo de charretes e o cão de trenó.
Testamos medicamentos em animais para "evitar" testá-los em seres humanos.
Hoje, começo do novo milênio, século 21 estamos buscando no espaço sideral outros seres vivos.
Queremos saber se estamos sozinhos no universo.
Anunciamos como a descoberta do século o achado de microorganismos fósseis em Marte.
Porque será que o ser humano se acha mais importante que seus companheiros de vida aqui na terra?
Porque relutamos em aceitar que todas as formas de vida na terra são interdependentes.
Porque classificamos os "outros" animais em úteis, inúteis e nocivos (para nós, naturalmente)?
Porque procuramos vida em outro planeta quando ainda não conseguimos compreender direito a vida daqui?
Porque sujamos e depredamos o nosso planeta e, ao mesmo tempo, desejamos colonizar o sistema solar e transformar Marte num planeta semelhante à Terra?
Temos que evoluir daí.
Ainda hoje temos coragem para tirar a liberdade de um passarinho, que não cometeu crime algum, só pelo prazer de ouvi-lo cantar todos os dias ou até mesmo para decorar sua varanda.
Porque justificamos que animais nascidos em cativeiro não sobreviveriam caso fossem libertados?
Por acaso alguém já viu um passarinho morto depois de libertado?
Então porque insistimos em acasalá-los proliferando animais cativos cuja capacidade de voar é o nosso próprio símbolo de liberdade absoluta?
Ainda bem que não acreditamos em reencarnação sob outra forma animal!
É muito comum multinacionais oferecerem filhotes em sorteio, como prêmio, para conseguirem um número maior de consumidores.
Muito comum, também, é oferecerem às crianças um filhote como presente de aniversário, no meio de outros brinquedos.
O cão-objeto está em alta, às vezes substituindo bonecas.
As crianças os levam no colo, colocam-nos para dormir em caminha de boneca, sem se dar conta que este comportamento não é etologicamente normal entre os animais.
A grande vantagem dos cães-objeto é que, na realidade, funcionam como excelentes psicoterapeutas.
Aos poucos as crianças estão compreendendo os animais, de uma forma geral.
Não só os cães.
Os adultos ainda precisam dez anos de psicanálise para viver o aqui e agora.
O instinto e a incapacidade de compreender o lapso de tempo levam crianças e animais a só conseguirem viver dessa maneira.
A relação das crianças com os animais é muito mais próxima do instinto e muito menos do intelecto.
Seria muito, pedir para tentarmos nos imaginar numa situação inversa?
São as crianças de hoje que vão ensinar aos educadores adultos como deverá ser o relacionamento entre homens e animais no próximo milênio.
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