Há uma lenda japonesa muito antiga, datada do período Muromashi (séc. XV) que diz, um pescador
chamado Urashima Taro, salvou uma tartaruga de um grupo de rapazes que a estavam maltratando.
No dia seguinte, uma tartaruga enorme se aproximou dele e lhe disse que a pequena tartaruga que ele salvara era na verdade a filha do Imperador do Mar, que gostaria de vê-lo e agradecer-lhe. Ela permitiu
que ele subisse em suas costas e, através de magia, fez surgir brânquias em Taro para que ele pudesse respirar debaixo d´agua.
Assim pôde leva-lo a uma viagem para conhecer o fundo do mar e o palácio do rei-dragão. Lá o pescador se encontrou com o imperador e com sua filha, a pequena tartaruga que agora estava transformada em uma bonita princesa.
Taro ficou no palácio como hóspede de honra e muitas festas foram feitas em sua homenagem. Assim foram se passando os dias. Embora feliz nas águas marinhas, Urashima começou a sentir saudades de sua terra natal e de seus parentes, e pediu para voltar. Ao partir, recebeu da princesa uma arca de presente, com a promessa de que só a abrisse quando ficasse bem velho e de cabelos brancos.
Ao chegar em sua cidade não a reconheceu, pois estava tudo muito mudado. Ele não conseguiu reconhecer nenhuma das pessoas da vila, os lugares já não eram mais os mesmos. Começou a perguntar se ninguém conhecia um pescador chamado Urashima Taro. Algumas pessoas disseram que tinham ouvido falar de alguém com esse nome, que havia desaparecido no mar muitos anos atrás. Taro acabou descobrindo que haviam se passado trezentos anos desde o dia em que havia decidido ir ao fundo do mar.
Tomado de grande tristeza, foi para a beira do mar na esperança de reencontrar a tartaruga, mas desesperou-se porque esta demorava e acabou abrindo a caixa que a princesa lhe havia oferecido.
De dentro dela saiu uma grande nuvem de fumaça branca, que o envolveu. De repente, seu corpo tornou-se velho e enrugado, nasceu-lhe uma longa barba branca e suas costas curvaram-se com o peso de tantos anos. E do mar veio a doce e triste voz da princesa : " Eu lhe disse para não abrir a caixa. Nela estavam todos os seus anos..."
A caixa continha a "Eterna Juventude" de Urashima Taro, que o pescador, sem reconhecer o valor de sua promessa, deixou-a ir para sempre.
(Uma palavra dada, uma promessa feita, tem muito valor e só nos foi confiada por plena "confiança a nós depositada", por isso
precisamos sempre honrar esse compromisso. Quebrando nossa palavra dada , lógico que não envelheceremos 300 anos,mas deixaremos dentro de nós mesmos o desgosto ou aquele gosto amargo de termos falhado como pessoas de carater que aparentamos ter tido...)
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