AS VEZES PERGUNTAM-ME PORQUE INVISTO TANTO TEMPO E DINHEIRO FALANDO DE AMABILIDADE PARA COM OS ANIMAIS, QUANDO EXISTE TANTA CRUELDADE ENTRE OS HOMENS...AO QUE EU RESPONDO : ESTOU A TRABALHAR NAS RAÍZES ! (GEORGE T. ANGELL)

terça-feira, 12 de abril de 2011

BELEZA E CRUELDADE !


Matar por luxo coleção Natureza em perigo
Porto, Edinter, 1989



A vida selvagem sempre proporcionou aos humanos os ingredientes para medicamentos, poções, perfumes e cosméticos. Milhões de animais morreram devido à crença de que partes dos seus corpos possuíam propriedades mágicas que possibilitavam a cura de doenças, a cicatrização de feridas ou melhoria da aparência. Ainda hoje se buscam essas propriedades. A tradição é difícil de mudar, especialmente quando estão envolvidos grandes lucros.
Os cosméticos de luxo constituem um grande negócio em todo o mundo. Porém, cada vez mais, há uma forte «pressão pública contra a exploração de animais com objectivos frívolos. Muita gente considera inaceitável tal utilização dos animais, particularmente agora que os produtos sintéticos podem substituir os de origem animal. Uma bem sucedida companhia de cosméticos criou toda uma gama sem utilizar produtos de origem animal e sem testar os seus produtos em animais.
Um animal apanhado pelo conflito entre conservação da vida selvagem e a indústria de cosméticos é o veado-almiscarado macho. Os caçadores furtivos matam este animal por causa da glândula de almíscar, que contém um dos mais valiosos produtos de origem animal. A glândula é retirada e seca. Algumas são utilizadas para perfumes, embora existam produtos substitutos. As restantes são para utilização medicinal — bebidas "energéticas", tónicos para crianças, sedativos para o tratamento da asma e epilepsia, estimulantes para a bronquite e pneumonia e afrodisíaco. Na Índia, os médicos tradicionais utilizam-na como estimulante cardíaco e nervoso, eficaz e para tratamento de mordeduras de cobras. Os animais têm sido criados em cativeiro e as suas glândulas "mungidas", mas as secreções obtidas deste modo são de qualidade inferior. O abate do veado-almiscarado, para alimentar o comércio de almíscar, ameaça a sobrevivência do animal.



Muitas são as pessoas que exigem que se ponha termo aos testes de cosméticos com utilização de animais e ao abate dos mesmos para obtenção de matérias-primas. Os veados-almiscarados têm sido particularmente afectados pela sua utilização na indústria de cosmética. Existentes na Sibéria, China e Tibete, os animais têm vindo a ser protegidos com mais rigor.
As lágrimas de crias de dugongos ou vacas-marinhas são vendido como elixir para atrair a sorte, e o sucesso no amor. As lágrimas das crias são recolhidas após o abate das mães.



O marfim dos elefantes era tão valioso que, em alguns países, era usado como moeda corrente, em vez de dinheiro. Na procura de marfim, por exemplo, em África, grupos inteiros de elefantes são abatidos com armas automáticas muito aperfeiçoadas. Outros morrem lenta e dolorosamente, com setas envenenadas. Apenas os seus dentes têm valor — as carcaças, não desejadas, são deixadas a apodrecer.
Todos os anos, são comerciadas mais de 1 000 toneladas de dentes, o que representa 70 000 elefantes, muitos deles caçados ilegalmente na África Central. Grande parte do marfim é enviado para o Japão e Hong Kong onde é esculpido como curiosidade ou guardado como investimento. Se o elefante se extinguir, o preço elevado dos dentes subirá em flecha.


O Japão é o maior consumidor mundial de marfim. Nos últimos anos, muito do marfim importado tem sido de fraca qualidade. Como os elefantes selvagens diminuem, os caçadores furtivos matam qualquer animal que encontram, incluindo elefantes-bebés com dentes minúsculos. Em zonas de guerra, o marfim é oferecido em troca de armas.


Nenhum comentário:

Postar um comentário