AS VEZES PERGUNTAM-ME PORQUE INVISTO TANTO TEMPO E DINHEIRO FALANDO DE AMABILIDADE PARA COM OS ANIMAIS, QUANDO EXISTE TANTA CRUELDADE ENTRE OS HOMENS...AO QUE EU RESPONDO : ESTOU A TRABALHAR NAS RAÍZES ! (GEORGE T. ANGELL)

terça-feira, 27 de setembro de 2011

O CAMINHO PARA A ESTUPIDEZ

Breve nota acerca de “O caminho para a estupidez “


Sou estúpida; já fiz o caminho. Orgulho-me de fazer parte da maioria de estúpidos que acredita que os outros animais existem pelas suas próprias razões e não para servirem os humanos. Uma das bases para se ser estúpido, aquele primeiro passinho para chegar ao objectivo final é reconhecer quão óbvio é que os outros animais não devem servir para nosso entretenimento. Não, não falo de veganismo! Falo do básico: o entretenimento. Os animais não escolheram estar numa situação que, claramente, lhes é prejudicial, mas nós, regra geral, podemos escolher. Estúpida como sou, se tivesse que escolher, escolheria não ser retirada da minha vida, colocada numa camioneta, transportada sem saber para onde, mutilada, largada num corredor estreito, e depois atirada para um local que me fosse estranho, e de onde não pudesse escapar. Escolheria ainda não ser cravada com arpões de ferro (vários arpões), não sangrar profusamente, não ter dores lancinantes, não ser atacada por um grupo de oito valentes homens, que se atirariam para cima de mim, e me fariam todo o tipo de sevícias que lhes aprouvesse fazerem-me, enquanto eu, assustada, não controlaria sequer as minhas necessidades fisiológicas mais básicas. Em última análise, escolheria não ser sangrada até à morte, enquanto estivesse a sufocar no meu próprio sangue.

A tauromaquia é um exercício vil de dominância de humanos sobre outros animais. Um exercício de subjugação, humilhação, em que ganha sempre aquele que escolhe estar ali. É uma actividade doentia, e que não tem lugar no Séc. XXI. Infelizmente, a História da Humanidade tem inúmeros episódios de maldade de que não se deve orgulhar, e que devem ficar enterrados no passado, debaixo da desculpa de que não sabíamos melhor. Éramos mais ignorantes, talvez…Hoje, queremos corrigir alguns desses erros, mas continuamos a insistir em tapar os olhos ao que de mais óbvio deveríamos ter inscrito em nós: a compaixão, a regra de ouro da ética: “faz aos outros o que gostarias que te fizessem a ti”. O respeito para com quem partilha a Terra conosco deveria ser um valor básico em todos nós. O resultado dessa falta de respeito para com o meio onde vivemos e para com os outros animais está à vista de todos.

Pela nossa parte, continuaremos o nosso trabalho, na esperança de que no futuro, as gerações vindouras possam olhar para os registros deste tempo e cobrirem-se de vergonha daquilo que os seus antepassados consideravam “estúpido”.

Rita Silva

Activista pelos Direitos dos Animais

Presidente da ANIMAL

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